domingo, 11 de maio de 2008

Limite entre informação e sensacionalismo

29/03/2008

Uma data que esta marcada na história midiática brasileira. Neste dia ocorreu, desculpe-me a palavra, o "evento" que iria render dinheiro, status e credibilidade para várias midias. Para aqueles mais esquecidos, foi este dia que a menina Isabella foi atirada do sexto andar de um prédio.
A história tem tudo para ser um enredo rico de um bom filme de suspense, porém é veridica, mas é tratada como uma novela. A cada dia novos episódios são mostrado pelos jornais (impressos e audiovisuais) e revelam os mistérios que nem a policia ainda revelou. Conclusão a trama esta cada vez mais tramada, e a resolução prolonganda garantindo assim mais episódios para essa novela que agrada a audiência.
Audiência alias culpada por essas investigações da mídia, pois se não fosse interesse dos espectadores estariam investigando os crimes cometidos por politicos que não afetam apenas uma família, mas sim uma nação. Todavia esses crimes não provocam catarse - purgação - na audiência.
Deixando de lado as características culturais e voltando para o presente, hoje dia 11/05/08 vamos falar sobre Isabella. Sim, não é passado é presente. Desde dia 29/03 até hoje a mídia dá espaço inimaginável a este caso. Vejamos o exemplo do maior telejornal brasileiro: Jornal Nacional.
Desde a noite do crime ele comenta uma noticia sobre o caso, se não tiver algo a comentar é simples, inventa! O importante é trazer para o agora o passado. Apenas 3 assuntos fizeram o Jornal Nacional realizar uma edição full-time (sem intervalo) foram: Atentado aos Estados Unidos, Vinda do Papa ao Brasil e o Caso da Isabella.
Seria louvado se fossem tratados como informação, porém não é. Existe antes de tudo a necessidade tremenda de lucrar, a televisão é sinonimo de capitalismo que é eufemismo de LUCRO. Karl Max já dissertou brilhantemente sobre tal no livro O Capital.
Fernando Barbosa Lima um dos maiores criadores de programas brasileiros diz: A linguagem televisiva é definida por um palavra - EMOÇÃO. Portanto é justificável , mas não ético , o que o programa Fantástico da Rede Globo realizou hoje e há algumas semanas.
Dividir as entrevistas mais esperadas e lucrar em cima delas é uma forma sensacionalista , com o termo pejorativo, de proliferar informação. Além de constituir um monopólio da noticia reverte palavras e lágrimas em dim-dim. Hoje, a valor de 30 seg no intervalo do Fantástico custa R$ 304,600.00. Tivemos 10 propagandas de 30 segundos no intervalo dentre a entrevista, logo o programa só durante este espaço de tempo lucrou R$ 3.046.000,00 reais.
Agora será que a preocupação da Rede Globo é informar o cidadão brasileiro e esclarecer esse crime ou é aproveitar os últimos instantes desta "Novela"?
Eu fico à procura do limite da informação e do sensacionalismo....

4 comentários:

Anônimo disse...

A Globo quer é mesmo mais dinheiro e apoderar-se da exclusividade com as entrevistas do caso Isabela. Esta aliementada pelo povo e não exclusivamente pela mídia. A Tv molda a sociedade, mas não determina o que ela realmente deseja assistir num noticiário. A globo achou a precosa formula que vai persistir por alguns meses ainda, e alguns esporádicos dias daqui a alguns anos. Ótimo texto. TAMS

Anônimo disse...

Como você mesmo deixou registrado, a televisão vive de EMOÇÃO. Então o zoom dentro dos olhos de uma mãe que chora a perda de sua filha em um terrível assassinato é uma excelente forma de vender colírio e lenços de papel!

Adoro este blog!

Unknown disse...

Fala Dani...
Somente uma coisa a dizer em termos financeiros:
O Fanta$tico é FANTA$TICO!rs
Adorei o texto brother..continua escrevendo muito bem..Parabens!
Abraçao!

kz disse...

Pois é... viva a TV brasileira... não só a Globo, mas todas, que por muito menos que isso, não medem esforços para lucrar em cima da tragédia alheia. Ótimo texto Dani! Adorei! Abraço!